Eu não sei de nada

Pareço até louco por estar levemente são em meio a uma avalanche de desafinos, braços torcidos e chope derramado. Antes chope do que leite. Quando retomei minha posição de homo (duplo) sapiens, vi que estava na pior. Em termos alcoólicos, eu era o teor mais baixo da festa e esboçava claramente em meu rosto o desentendimento de tudo aquilo. Assumi meu posto, sempre favorito, de observador e deixei o “circo pegar fogo”, como dizem.

Em poucos minutos, o controle já estava no brejo. Recolhi meus amigos e conhecidos, simulamos um balde de pipoca, logicamente, com canecas de chope. Quando me dei conta, estava encarando uma luz ofuscante enquanto o dr. Marcos reparava os dentes que quase perdi naquele dia. O melhor é que não me lembro de nada.
Ou o pior

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Bonne Humeur

Bonne Humeur por Rafael Braga

Vivo com uma presença invisível
Com um calor inperceptível
Com uma mão que não existe
Mas que afaga minha alma

E mesmo com quilômetros de ilusão
Invisível ainda é presença
Mas depende da crença
No futuro promissor

Ausência de mim, de sim, de não
De qualquer tipo de decisão
Ausência que apedreja
Enquanto a imagem do que era para estar ali
Me contenta e cura

Espero não ser passageiro
Ser motorista, bagagem ou até combustível
Mas também que não seja um dos seus dois pássaros ao ar
Mas sim aquele que estará em suas mãos

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